quarta-feira, 24 de março de 2010

É hora de trabalhar!

A partir da enquete realizada pelo nosso colega Lucas percebemos claramente a divisão de partidos, de grupos daqueles que frequentam universidade, seja ela pública ou privada.
Daí podemos tirar nossas conclusões, claramente vemos a divisão de partidos, o surgimento de sub-grupos devido a renda economica.
Podemos tratar isso mais a fundo aqui no blog. Identificando o que gera esse status e o surgimento desses partidos. Se é uma questão de gênero, etnia (aspectos culturais), geração...Também podemos falar da estratificação social, ou seja, a divisão da sociedade em camadas que marcam posições desiguais. Levando em conta o preconceito que aqueles que estão de fora dessa determinada camada social sofrem ao tentar de inserir nesse mesmo meio.
Devemos tratar também de indentidade: aquilo que chamamos de esquizofrenia e subjetividade. Dai então entra a complexidade do nosso trabalho. Depois do momento inicial de pesquisa, agora devemos nos focar nisso e levantar pontos de cada uma desses tópicos citados acima.
Além disso devemos nos atentar a cultura, no que diz respeito aos significados. O que é importante para um certo grupo de uma determinada cultura, para outro pode não ser a prioridade, e então temos que sacar isso para não conflitar com os pensamentos. Muitas vezes estamos fazendo uma pesquisa de um determinado grupo, sem ao menos saber qual a cultura deles. Mas creio que não venha ao caso isso. Ou vcs acham que temos no Brasil alguma cultura diferente, que não tenha como foco uma universidade pública de qualidade para obter conhecimento na graduação? Vamos analisar os diferentes grupos sociais então.

Pessoal, vamos nessa, quero ver comentarios de todos quanto a isso ok?
O nosso próximo passo agora é explorar os grupos que vamos discutir. Vamos invadir o blog do preconcentury e dar uma olhada no projeto deles, afinal deve ser um debate e tanto. Deem uma olhada no post que fala de cotas raciais. É uma boa pra gente bater de frente com eles.

terça-feira, 23 de março de 2010

Pesquisa Anônima - Fórum Outerspace

Olá a todos.

Visando um panorama uma pouco mais abrangente, decidi fazer uma enquete em um dos fórums de discussão que costumo frequentar sobre o tema que é discutido aqui no blog, que é a elitização do ensino superior. A abordagem girou em torno de como as pessoas, sendo de instituições privadas ou públicas, se mantem na universidade.

Foi feita uma enquete com a pergunta Estuda em qual instituição de ensino? / Como você se mantem na faculdade? contendo 6 itens, sendo eles:

- Pública / Bolsas Auxilio ou Trabalhando
- Pública / Auxílio dos pais
- Pública / Outro (se puder, justifique)
- Privada / Bolsas Auxilio ou Trabalhando
- Privada / Auxílio dos pais
- Privada / Outro (se puder, justifique)

Fora a enquete eu pedi para que o pessoal deixasse mais detalhes sobre suas estadias na faculdade e, aos que optaram por escolas particulares, se houve algum empecílho na escolha da instituição de ensino superior

No total 21 pessoas votaram na enquete em um período de 2 dias, um número de amostragem baixíssimo, porém de uma certa relevância devido as conclusões que podem ser feitas a partir desses dados e previsível já que os tópicos por lá desaparecem da vista dos usuários muito facilmente.

O gráfico abaixo mostra a distibuição dos votos dos participantes da enquete:


Alguns usuários também contribuíram "verbalmente", respondendo ao tópico em si. A maioria só reforçou o que votou na enquete, porém temos algumas exceções. Vale ressaltar que manterei a anonimidade dos mesmos por questões de ética, apesar de um fórum de internet ser extremamente anônimo, mas ainda sim a preservarei.

Comentários sobre a pergunta da enquete:
"Eu estudei em faculdade privada e paguei por isso trabalhando. Não estudei em pública pois os horários te impedem de trabalhar.", Anônimo 1.

"Faço uma pública sou mantido pela mesada da minha mãe.", Anônimo 2.

"Minha faculdade quem paga é meu pai e me mantenho com auxílio", Anônimo 3.

"Estudo em universidade estadual e me mantenho com ajuda dos meus pais.", Anônimo 4.

"Privada pelos pais, nao fiz mais pelos meus pais que querem que eu fique na atual mesmo, mas pretendo ainda faze cursinho pra tentar entrar na federal..", Anônimo 5.

"Privada / Auxílio dos pais", Anônimo 6.

"Estudo em faculdade privada, meus pais que pagam, escolhi pela facilidade de continuar morando com eles.", Anônimo 7.

Analisando o gráfico e as opinões das pessoas fica bastante evidente que a elitização não é um evento presente somente nas universidades públicas, mas inclui também as instituições privadas, muitos dos usuários ainda são mantidos pelos pais e continuarão sendo até o término de suas graduações, mesmo depois de atingirem maioridade.

Um dos comentários mais pertinentes, feito pelo Anônimo 1, revela que o fator trabalho (e consequentemente dinheiro) é muito importante na escolha e que talvez incentivos diretos do governo facilitariam muito a entrada desses sujeitos em instituições públicas, mas por receio de perder a estabilidade financeira (já que se sustentam) e sem apoio suficiente de parentes fica difícil arriscar alguma coisa.

Por fim, a pesquisa mostrou o que muitos dos posts anteriores aqui do blog relataram, uma elitização do ensino superior público, do privado e que fatores como renda, localidade e mesmo vontade dos pais em relação aos filhos exercem uma influência grande na escolha da melhor universidade. E sim, mesmo que em mínima escala já que a dimensão da pesquisa não foi grande, ainda mostra que a elite (assim denominada) exerce grande influência nas estatisticas em relação aos graduandos de universidades públicas ou privadas brasileiras.

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Agradeço aos usuários que contribuíram à pesquisa e que fizeram possível as conclusões feitas nesse post.
Fonte: Fórum Outerspace

domingo, 21 de março de 2010

Evasão no ensino superior

" Má escolha é a maior causa da evasão "

Segundo essa reportagem da Folha, um pouco antiga porém ainda consistente com a realidade atual, foi feita uma pesquisa com alunos da USP, mostrando que quase metade dos alunos que desistem de seus cursos de gradução pois tiveram problemas na escolha do curso.

[...] Por pressões dos pais, por falta de informação sobre a faculdade ou sobre o mercado, 44,5% dos alunos acabam abandonando o que era seu sonho de realização profissional e se tornou a opção errada.

Outros 30,7% desistem por não gostarem da estrutura do curso que ingressaram. Depois, seguem os insatisfeitos com o mercado de trabalho e com a profissão, que somam 13,4%. Os que desanimam por razões pessoais --como problemas familiares, financeiros, afetivos-- são 10,5%. Menos de 1% é motivado a largar a faculdade por não se adaptar à cidade em que ela se localiza.[...]


Segundo a professora Yvette Piha Lehman, autora da pesquisa que defendeu como tese de livre docência, uma alternativa para as universidades evitarem o abandono é oferecer atendimento e orientação profissional.

Realmente quando a desistência acontece no início do curso, está relacionada diretamente à escolha. Os outros motivos são a dificuldade de se adaptar às exigências e aos professores e à mudança do ensino médio para o superior.
E uma boa maneira e quase certa de ajudar neste caso é a orientação profissional e vocacional.

Fonte: Folha educação

Reflexões

Boa noite!

Esse assunto é muito polêmico, mas acredito que pra apenas aquelas pessoas que sonham com a vida em universidade pública! Realmente, é muito fácil de se perceber que na nossa universidade tem poucas pessoas de baixíssima renda. A faculdade é pública, mas uma grande parte dos discentes tem grana! Como já foi dito aqui, isso é porque para ingressar nessas instituições é necessário um preparo muito grande, o que já exclui a possibilidade de ter um emprego. Tem que se dedicar 100% aos estudos. E detalhe: Quando o indivíduo finalmente consegue entrar na tão sonhada universidade pública, ele pensa "Agora vou voltar a ter uma vida decente, sociável!", mas o que foi vivido foi apenas a ponta do iceberg! Depois que se consegue entrar na faculdade, o trabalho e esforço só cresce. Acho que a gente pode refletir observando aqui dentro da UFABC mesmo, e eu tenho certeza que isso acontece nas outras instituições públicas daqui de SP também.

Eu percebo que de dia, o estacionamento da Santa Adélia tem muito mais carros bonitos, mais novos, mais caros; e de noite essa situação já não é assim, o número de carros populares aumenta. O número total de carros sempre é grande durante todo o dia, mas por razões diferentes: Os estudantes do diurno chegam de carro as 8h, estudam e no máximo as 18h já vão embora para casa. A maioria vai embora antes. Já os do noturno chegam do trabalho na UFABC por volta das 18h e vão embora as 23h. Estou falando do geral, da maioria de pessoas que conheço que são do diurno e não trabalham e que são do noturno e trabalham.

Tem um colega que estudou comigo e com o Felipe que é mais velho. Ele trabalha, estuda na UFABC e é casado! Só não sei se tem filhos. Eu fico imaginando... Minha única obrigação é ir bem nos estudos e isso já não é fácil para mim, imagina pra ele que tem que ir bem na UFABC, no trabalho e ainda cuidar da família... Ele nos contou que dorme muito pouco, por volta de 3 horas por noite! Essa é a vida de quem não tem a sorte de não ter que trabalhar! Este é só mais um exemplo que afirma a ideia de que existe mesmo uma elite no ensino público!!!

Agora é a vez de vocês, nossa mais rica pesquisa é olhando ao nosso redor mesmo, como foi dito por um colega da nossa turma. Falem das coisas que vcs observam na UFABC que separam (ou incluem) pessoas nessa elite!

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Alguns dados percentuais

Universidade pública se torna cada vez mais elitista

Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística são claros: em 1992, os estudantes que pertenciam ao estrato dos 10% mais ricos da população representavam 45,6% do número de alunos matriculados no ensino superior; em 1999, essa porcentagem aumentou para 48%. Ou seja, o sonho do brasileiro da camada mais pobre da população de chegar à universidade continuava tão distante no final da década de 90 quanto era no início dela.

O período foi marcado por uma forte expansão da oferta de vagas, mas não o suficiente para aumentar a participação dos 50% mais pobres da população. Em 1992, eles representavam 8,5%. Em 1999, eram 6,9%.Quando se avalia a presença dos 20% mais ricos e dos 20% mais pobres, a elitização fica ainda mais evidente. Os 20% mais ricos aumentaram sua participação de 67,1% para 70,7%; os 20% mais pobres caíram de 1,3% para 0,9%.O fenômeno aconteceu no mesmo período em que o número de estudantes no nível superior teve aumento de 76,2%, passando de 1,433 milhão para 2,525 milhões.

Na avaliação do sociólogo Simon Schwartzman, os dados mostram que, apesar da expansão, a composição social dos estudantes não se diversificou. A única tendência de democratização visível nos números é a de diminuição de brancos, que eram 80,1%, em 92, e passaram a ser 78,9%, em 99. Schwartzman alega que o aumento da matrícula significou a intensificação do acesso dos estratos mais altos ao ensino superior, que não era muito grande. Para as camadas sociais mais pobres, não mudou muita coisa.

Ou seja, o ensino superior no Brasil, no começo da década de 90, era tão insuficiente para atender à demanda que nem a parcela mais rica da população tinha pleno acesso. De acordo com a Pnad de 1999, para ser considerado "10% mais rico da população" bastava um brasileiro ter renda média mensal domiciliar de R$ 4.090 no ano da pesquisa.


Fonte: UOL Aprendiz
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Fica claro que o fenômeno não é recente, mesmo que antigamente havia uma escassez grande de vagas, e que o cenário se agrava ano a ano desde o século passado.

E aqui na UFABC, será que o cenário é igual? Quantos será que são sustentados pelos pais? Quantos tem que trabalhar para se manter na faculdade?

Criei uma enquete para que os alunos possam votar e assim bolarmos uma estatistica manuseável para tirarmos conclusões.
Também iniciei uma pesquisa do mesmo estilo em um dos fórums que frequento, em breve postarei os resultados por aqui.

Grande abraço a todos e até mais.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Aumenta investimento em estudantes do ensino público no Brasil

16/03/10 - 21h31 - Atualizado em 16/03/10 - 21h31
Aumenta investimento em estudantes do ensino público no Brasil


O investimento em estudantes do ensino público no Brasil aumentou, entre os anos 2000 e 2008. No básico, o custo por aluno passou de R$ 1,4 mil para mais de R$ 2,6 mil. E o custo do estudante do ensino superior, que era 11 vezes maior que o da educação básica, teve a proporção diminuída para 5,6.

Segundo o Ministério da Educação, a meta nessa relação é atingir quatro, que é o recomendado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico.

Os investimentos com a educação em relação ao Produto Interno Bruto, que é a soma de tudo que é produzido no país, também cresceram.


Retirado da página do jornal nacional.

terça-feira, 16 de março de 2010

Vejamos a opinião de Nonato Menezes, professor da rede pública de ensino

Para um ensino PÚBLICO de qualidade
*NONATO MENEZES

Pesquisas nacionais e internacionais têm demonstrado o quanto nosso ensino, regra geral, e o ensino público em particular, são precários. Entre a falta de financiamento e a evasão escolar, encontramos os mais diversos problemas, todos eles, historicamente arraigados na sociedade e no meio escolar. Mas permeia entre essas dificuldades um desejo de melhoria, movido por uma necessidade de superação e de acompanhamento dos anseios mais imediatos da sociedade brasileira. É daqui que nasce o discurso, ainda que tímido e sem clareza, acerca da idéia de qualidade do ensino, que tem sido um discurso inconsistente, restrito a alguns indicadores, sem envolvimento político mais amplo e, por isso, sem a abrangência necessária que possa tomar corpo no interior das escolas, nas universidades e na sociedade em geral.
Assim, o discurso sobre a qualidade tem sido vazio e, até então, não oferece nenhum risco às precárias condições do nosso ensino, seja ele público, seja ele privado.
É nesse espaço que oferecemos aqui alguns indicadores que julgamos indispensáveis para alimentar esse debate. Indicadores que não são novos no discurso político-pedagógico, mas que carecem de interdependência e inteira ausência de hierarquia. Nesse caso, o que se pretende discutir vai de encontro ao que só a escola pública, por seu caráter peculiar, necessita e pode agregar. Só nesse caso, portanto, cabem essas premissas como possíveis alternativas ao que defendemos como construção de um ensino de qualidade.
Só a esfera pública comporta uma política abrangente de educação e por isso seus indicadores são equivalentes e cada um tem importância decisiva num contexto de aquisição de saberes e de conhecimentos, sobretudo se houver envolvimento com a cultura.
Esse horizonte exige que os incentivos econômicos e sócio-individuais não sejam negligenciados, pois deles resultarão parte da tranqüilidade necessária à prática docente. São esses incentivos que dão as necessárias condições materiais de existência a todos nós, assim como nos possibilita um envolvimento social amplo, indispensável à nossa vida. Parte do nosso empenho e do nosso desempenho, assim como do nosso bem-estar, reside na conquista desses benefícios, logo é desnecessário discorrer mais sobre esse tema, a não ser para pormenorizar critérios e tipos de benefícios. O que não é o caso.
A formação, a qualificação e a capacitação são indispensáveis como quaisquer outros indicadores para um ensino de qualidade, sobretudo porque a docência exige um elevado grau de competência técnica. Ao contrário do que estamos habituados a presenciar, essa premissa é determinante para um ensino de qualidade. Deixar de levar em conta esse fator é fazer opção pela precariedade, pela não aprendizagem, pelo fracasso escolar.
Acrescida a esses fatores, a forma de ingresso, assim como os critérios de remanejamentos, se necessário for, tem importância decisiva no conjunto das políticas públicas de educação. O concurso, então, é o único meio capaz de se sobrepor a um vício histórico da política brasileira que é, para muitos, considerar o espaço público um caminho para suprir necessidades privadas.
Garantir autonomia da gestão escolar é condição indispensável para a qualidade do ensino, porque é o único caminho a possibilitar a democratização das relações no interior de qualquer estabelecimento de ensino. Educação sem reconhecimento de direitos não é educação e só numa relação democrática é possível isso.
Embora o conceito de democracia possa parecer de difícil definição, a chamada gestão democrática não deve oferecer infindáveis possibilidades de relativização, pois não devemos perder de vista alguns princípios fundamentais da democracia, sobre os quais ela se sustenta há mais de dois mil anos, com um reforço considerável a partir da Declaração Universal dos Direitos do Homem. Governar com a maioria, direito individual à informação e igualdade entre os homens nas relações políticas, é pressuposto necessário à civilidade e não carece mais de formulações teóricas aprofundadas, mas de exercício pleno com seus riscos e seus temores. O que parece faltar, então, é desprendimento, coragem de compartilhar decisões, reconhecer os conflitos e as contradições como inerentes e, sobretudo, aceitar a paciente construção dos valores democráticos. Seja na escola, seja no poder público em geral, é necessária a superação da histórica relação de mando/obediência que ainda domina a sociedade brasileira.
Manter a escola é obrigação do Estado e aos governantes cabe proverem seu financiamento. É desnecessária a discussão sobre esse tema se a educação escolar for uma prioridade social e política e nada mais fora de propósito termos que admitir o contrário. No nosso caso, sobretudo a partir da década de setenta, o que vem dificultando essa compreensão, tanto por parte da sociedade, quanto dos próprios governantes, é a silenciosa política de privatização do setor público de ensino. Este sim, na medida em que permeia os interesses privados, torna-se motivo suficiente para o Estado se ausentar dessa obrigação, o que não impede, por sua vez, de as escolas públicas carecerem de investimento suficiente, em todos os sentidos, para que haja um ensino de qualidade.
A escola que pretende ensinar adequadamente deve sinalizar para a diversificação de seus recursos didáticos, sob pena de ser adotada por um único instrumento: o livro didático. É impensável que nossas escolas públicas não se equipem para atender melhor a seus estudantes, com o mais simples recorte de jornal ao mais moderno equipamento eletrônico. Isso se pretender acompanhar o desenvolvimento tecnológico e as rápidas mudanças que ocorrem na sociedade.
O ensino básico de massa tem feito opção, regra geral, por grandes estabelecimentos de ensino, com intuito de minimizar os custos de investimento e manutenção. Este também é um fator que contribui de maneira decisiva para a baixa qualidade do nosso ensino, na medida em que avolumam seus problemas, criando dificuldades sempre maiores para as gestões, para o envolvimento dos que ali convivem e para o desenvolvimento das ações pedagógico-intelectuais.
Ao contrário das Universidades, as escolhas não têm como se departamentalizarem. Ainda bem! O que, por si, não contribuiria, necessariamente, para melhorar a qualidade do ensino. Sendo assim, o tamanho da escola, seu número de estudantes é um fator determinante para a qualidade de ensino.
Recentemente, um organismo internacional (World Education Indicators), em pesquisa com 32 países, identificou a relação professor-estudante. O Brasil é o que tem maior número por professor, entre eles. Em torno de 35 estudantes, em média. Como indicador de qualidade em educação, este é um fator decisivo, não exclusivo, evidentemente, mas um dos responsáveis pelo fracasso de nosso ensino, sobretudo na fase inicial de aprendizagem.
Justamente este ponto é um dos que menos desperta inquietação nas escolas, a ponto de se ouvir com freqüência que "aula boa é com sala cheia". O fato é que a única habilidade verdadeiramente adquirida por aqueles que fazem parte de uma multidão, é ouvir. Nossos estudantes são magníficos ouvintes, logo não chega a ser suficiente para determinar a qualidade na aprendizagem.
Indispensável que seja revisto nosso currículo, em especial o do ensino médio. Nele há um excesso de disciplinas e que algumas, em nada contribuem para a qualidade de nosso ensino. A fragmentação do conhecimento humano não condiz mais com o atual momento civilizatório, o que não significa que qualquer uma disciplina que seja não tenha importância. Ao contrário. O problema reside, portanto, na forma como ela ou elas são ministradas.
Este tema, porém, requer detalhamento, dadas as implicações que ele oferece, portanto deve ser discutido em outra ocasião e com viés teórico pertinente.
O que se pode observar é a contribuição que esse currículo tem dado ao fracasso de nosso ensino, o deve ser discutido urgentemente.
A despeito da tendência nacional de privatização do ensino, amparada desde a Lei 5692/71, somos intransigentes quanto à escola básica ser pública. Só assim a escola poderá contribuir decisivamente para suprimir o apartheid social e econômico há séculos existentes em nosso país. Afinal, este não é apenas um fator que possa contribuir para a qualidade do ensino, mas um princípio que garanta direitos e exclua da vida o ato de educar como um produto, como uma mercadoria.
Por fim, não podemos deixar de levar em conta as metodologias pedagógico-educacionais. São elas que orientam o fazer pedagógico e não há nenhuma garantia, com todas as outras condições asseguradas, que tenhamos um ensino de qualidade sem as metodologias compreendidas, revisitadas e postas em prática.
Neste campo tão arenoso reside um amplo espectro de dificuldades, mas defendemos que a despeito delas, que cada método oferece, só através do diálogo é possível se criar condições para a liberdade, para a criatividade e para a tão necessária humanização. Assim, só há um caminho: fazer do aprender um ato e do diálogo um método.





*Nonato Menezes
Professor da Rede Pública de Ensino do DF
Diretor do Sinpro/DF

Olha o resultado de tanto investimento!





Sem professor, não tem aula!

E ai continua a jornada daqueles que querem estudar e não conseguem. Não por falta de vontade, mas por falta de possilidade.

"Professores, os grandes protagonistas na formação das gerações do amanhã. É deles que depende o país melhor com o qual todos sonhamos, para deixarmos de ser mero espectador..."

O investimento é grande, já o resultado...

Nessa reportagem abaixo, pode-se ter idéia de quanto dinheiro é investido na educação de nosso país.
Para classe média, esse investimento não está servindo para nada, pois do ensino básico até o médio ainda pagam pelos estudos.
Esse investimento feito, está parece que é destinado a classe pobre, que tem que se contentar com o que o governo lhes dá.

Já a classe média que pode pagar, que se dane.

http://noticias.terra.com.br/educacao/noticias/0,,OI4322557-EI8266,00-Investimento+em+educacao+chega+a+do+PIB.html

Diminui a distância de investimentos entre a educação superior e a educação básica

Pessoal, saiu essa nova reportagem no UOL educação falando que a diferença de investimento entre a educação básica e a educação superior vem diminuindo, e em especial esse ano caiu mais ainda...

Se encontra no link abaixo a reportagem:
http://educacao.uol.com.br/ultnot/2010/03/16/ult105u9184.jhtm

Felipe Passoto Teixeira Felix

segunda-feira, 15 de março de 2010

Ingresso nas Universidades

"O Governo, por medida provisória, editou o PROUNI — Programa Universidade para Todos. Esse nome, Sr. Presidente, está incorreto, porque a universidade não é para todos. Temos, sim, no Brasil, uma trágica realidade, ou seja, apenas nove em cada 100 jovens, na idade própria, de 18 a 24 anos, cursam o ensino superior e ainda, somente três freqüentam universidades públicas."

Essas são palavras do deputado federal Ivan Valente.

Resta agora saber porque esses dados vem se confirmando em nosso país com mais frequência e volume nos notíciários.
Seria a concorrência que existe nas melhores universidades do País ? Em relação a esse assunto, pode-se dizer que há uma certa dificuldade do aluno com baixa renda ocupar uma das vagas desses cursos concorridos, pois o ingresso dependeria de um certo preparo antes do ingresso na universidade, e sabendo que esse preparo gera um certo custo, fica ai um motivo da dificuldade e confirmação da questão da educação no Brasil.

Outra questão que vale apena ser frisada em relação ao assunto, seria a questão da permanência desses alunos de baixa renda dentro dessas universidades, já que no caso de alunos migrantes isso gera gastos e muitos gastos.

Fica aí algumas questões e comentários sobre o tema .
Vamos comentar pessoal !

Grato

Felipe Passoto Teixeira Felix.

quinta-feira, 11 de março de 2010

O fracasso do ensino público


Video do youtube entitulado:

"Ensino público no Brasil: Está na perfeição, diz LULA"

Está mesmo na perfeição????

Será que é fácil para a sociedade interessada em obter algum tipo de conhecimento ter de enfrentar além de barreiras políticas, as barreiras geográficas para então chegarem ao local de estudo e receberem a notícia de que a professora não veio?
Acho que não é bem essa a definição de perfeição que o presidente do nosso país quis se referir.

"[...] Pois bem, a escola é ruim, o professor não é valorizado nem defendido pela sociedade e também não se percebe pressão alguma dessa mesma sociedade sobre seus governantes com relação ao caos educacional que se presencia. [...]"

Ta ai mais um ponto importante: A sociedade não se manisfesta quanto a retardação dos governantes com relação aos problemas educacionais.
Qual seria a solução pra calmaria da sociedade? Vamos discutir esses pontos nos comentários ai pessoal.

sábado, 6 de março de 2010

Muito além do ensino superior

Olá a todos.

Acho que tanto aqui na UFABC quanto em outras faculdades a questão vai muito além do ensino superior. Fica evidente que muitos dos ingressantes de faculdades públicas concorridas passam 1, 2 ou até mais anos em um cursinho que muitas vezes é particular. Por mais que não seja algo absurdo como pagar uma faculdade particular os gastos pesam nessa hora e a diferença de quem tem uma renda fixa para garantir seus estudos e quem tem que trabalhar para sobreviver acaba determinando o ingresso nas faculdades.

Eu, mesmo vindo de um colégio público do ensino médio, tive a felicidade de ter pais que conseguiram me manter em um cursinho particular por longos 2 anos, mas não são todas as pessoas que tem essa oportunidade.
Amigos meus, ainda que pertencentes a uma certa "elite" vamos dizer assim, já que estudavamos na Unicamp, enfrentavam dificuldades em se imaginar estudando feito condenados durante o ano inteiro, além de voltar a depender exclusivamente dos pais, pois muitos eram auto-suficientes.

Na minha modesta opinião, creio que a elitização seja um problema não só financeiro, educacional (a diferença entre particulares e públicas é enorme no fundamental e no médio), mas também cultural.
ncentivos do governo com pessoas já ingressadas no ensino superior são louváveis, mas será que não precisariamos de um auxílio que ajudasse de maneira efetiva o ingresso dessas pessoas na faculdade?

quarta-feira, 3 de março de 2010

Aproveitando o conteúdo da postagem anterior, dêem uma olhada neste link.


http://http://www2.uol.com.br/aprendiz/n_noticias/cbn/id270502.htm


Nele, encontrarão mais alguns dados divulgados pelo IBGE.

No período avaliado pela pesquisa, podemos perceber que essa elitização aumentou significativamente, mesmo sendo maior a oferta de vagas nas univerdades públicas.


Até mais,

Vitor

Ponta pé inicial

Uma frase inspiradora para o tema abordado:

"A educação é um fator de emancipação a que todos, sem exceção, devem ter acesso a tal 'conquista da Liberdade', e o Estado não deve 'evitar qualquer canseira' para assegurar esse direito."

Retirado de: O Militante» - N.º 261 Novembro/Dezembro de 2002
vide integra em http://pcp.pt/publica/militant/261/p34.html

Mais ricos dominam Universidade pública

'Não há dúvida de que o ensino superior é elitista. É assim em todo lugar do mundo. O que pode ser interessante é verificar se é verdade que o perfil socioeconômico dos estudantes do setor público é semelhante ou diferente do perfil dos alunos do setor privado', afirma Schwartzman.

Notícias

JC e-mail 2299, de 13 de Junho de 2003.

http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=10556


É interessante que deem uma olhada nessa reportagem inteira pois nos traz dados numéricos sobre a elitização.

Até mais,

Laís

terça-feira, 2 de março de 2010

Apresentação

Olá.

O objetivo do grupo é discutir a questão da elitização do ensino público superior no Brasil, assim como outros fatores que estão relacionados ao tema, assim como dificuldades que pessoas de baixa renda enfrentam para permanecer e se adaptarem a vida universitária.

Até breve.